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terça-feira, 3 de maio de 2011

A Garota da Capa Vermelha é versão equivocada da fábula




A Garota da Capa Vermelha

 A história por trás de “A Garota da Capa Vermelha” é uma velha conhecida: garotinha atravessa uma floresta escura para levar uma encomenda até a casa de sua vó, mas é enganada por um malvado lobo que engole a pobre velhinha. Na maior parte das versões, um bravo caçador aparece para rasgar a barriga do lobo e salvar a vovó. Não se pode negar que a história da Chapeuzinho Vermelho é das mais criativas – e sombrias – fábulas infantis já criadas, mas assim como em “Crepúsculo”, o novo filme de Catherine Hardwicke não faz jus ao texto em que se baseia.

 Não se trata de uma comparação, já que a baixa literatura de Stephenie Meyer perderia feio frente à sombria criação de autor desconhecido e popularizada por Charles Perrault, Hans Christian Andersen e pelos Irmãos Grimm, mas certas semelhanças são inegáveis. Nas duas histórias existe uma clara conotação sexual, um subtexto que trata a protagonista como uma virgem tentada pelos prazeres da carne em meio a um clima sobrenatural. E se em “Crepúsculo” o melodrama e o exagero romântico eram tão absurdos a ponto de divertir, o filme não trouxe à tela nenhum dos poucos bons momentos do livro, criando apenas uma franquia adolescente que beira o medíocre.


 No caso de “A Garota da Capa Vermelha”, uma livre adaptação da história de Chapeuzinho Vermelho, mais uma vez os equívocos são enormes, e desta vez o produto
não convenceu nem sequer seu público alvo. A mistura de fábula, policial, romance e drama familiar pintada em tons medievais não é f
ácil de digerir, e em boa parte do longa o espectador fica apenas aborrecido. Para piorar, a base de tudo é, acredite se quiser, uma história de lobisomem, que de tão óbvia se torna enervante.

 Hardwicke é uma diretora que entregou o maravilhoso “Aos Treze” no início de sua carreira e, ainda lidando com o universo adolescente, também emplacou “Os Reis de Dogtown”, um filme sobre skatistas californiano
s que manteve a boa medida do anterior, Mas depois disso fez uma sucess
ão de desastres que inclui até mesmo um filme sobre o nascimento de Jesus. Talvez pelo sucesso na vigorosa direção de atores adolescentes, o nome dela tenha sido cotado para dirigir “Crepúsculo”, mas em “A Garota da Capa Vermelha” ela só justifica sua escalação para repetir os maneirismos do trabalho anterior.


 O esforço de Amanda Seyfried (“Garota Infernal”) como a garota do título é enorme também por conta do limitadíssimo texto, mas ela faz o que pode para manter o clima de mistério que deveria ser o centro de tudo. Até mesmo a maravilhosa Julie Christie (“Em Busca da Terra do Nunca”) numa participação cômica fica apagada.
Em suma, é chover no molhado falar que se você estiver procurando uma diversão de fim de semana, é melhor tentar outro filme.
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